No dinâmico mundo empresarial, a gestão eficaz de pessoas é um diferencial competitivo cada vez mais relevante. Em uma pesquisa recente da G4 Educação, que ouviu mais de 6 mil empresas brasileiras, a Gestão de Pessoas, Cultura e Liderança emergiram como os principais desafios, com 31,9% das empresas apontando-as como prioritárias. Nesse contexto, a gamificação surge como uma estratégia inovadora e eficaz para engajar colaboradores e superar esses desafios.
A Importância do Engajamento de Colaboradores
O engajamento dos colaboradores é crucial para o sucesso de uma empresa. Colaboradores engajados tendem a ser mais produtivos, criativos e comprometidos com os objetivos organizacionais. Além disso, o engajamento está diretamente relacionado à retenção de talentos, à satisfação do cliente e ao desempenho financeiro da empresa.
Limitações dos Métodos Tradicionais
Embora os treinamentos e processos sejam ferramentas importantes, eles possuem limitações quando aplicados isoladamente. Os treinamentos, por exemplo, podem ter um efeito momentâneo e não sustentável a longo prazo. Da mesma forma, os processos podem não garantir sua execução efetiva, especialmente em ambientes desmotivados ou desengajados.
Neste ponto, deseja-se introduzir a gamificação, complementando treinamentos e processos. A ideia da gamificação é criar um grande jogo de desempenho, onde se celebra, reconhece e parabeniza quem cumpre os processos e desempenha conforme os treinamentos. Ao mesmo tempo, a gamificação gera desconforto em quem não está seguindo esses processos ou padrões da empresa. Ela tem a função de dar vida aos processos e impactar permanentemente a cultura do negócio, pois o objetivo é medir o desempenho e a performance constantemente. Muitos podem não estar familiarizados com o termo ‘gamificação’, mas podem ter um sistema de premiações em suas empresas, apenas com outro nome. O que importa é a necessidade de um sistema de benefícios baseado em meritocracia, reconhecendo os melhores e desconfortando os menos engajados, para condicionar o desempenho das pessoas.
Para isso, a Geração f5 dispõe de 9 Princípios da Gamificação nas Empresas, que são as diretrizes que devem ser seguidas na implementação da gamificação.
Princípio 1 – Uso do Lúdico:
A gamificação busca conectar-se com os colaboradores de forma mais lúdica e engajadora. Por exemplo, ao invés de simplesmente nomear alguém como “funcionário do mês”, pode-se adotar termos como “artilheiro do time” ou “craque do time” para premiações individuais, inspirados no futebol. Essa abordagem é escolhida porque o futebol é um esporte popular no país, facilitando o uso de metáforas. Além disso, o futebol é um esporte que premia tanto o desempenho individual quanto o coletivo, o que é importante para manter a motivação dos colaboradores.
Na plataforma de gamificação da Geração f5, há a prática de traduzir os resultados, utilizando uma dinâmica semelhante à do futebol, com cartões vermelhos e amarelos. O cartão vermelho indica preocupação e o amarelo, atenção, quando o resultado fica abaixo de 80% ou entre 80% e 90% da meta. Esses cartões ajudam a visualizar os resultados de forma clara e direta, indo além dos números. Também são usados cartões positivos, verde e azul, que indicam tranquilidade e orgulho quando o desempenho está entre 90% e 100% da meta, ou acima dela. Isso permite que a pessoa avaliada identifique facilmente suas áreas de melhoria e de destaque, sem a necessidade de rotulá-la como boa ou ruim, mas sim avaliando seu desempenho específico.
Princípio 2 – Formação de senso coletivo (time):
É fundamental considerar a estratégia de gamificação para aumentar o engajamento dos colaboradores, focando no coletivo e organizando a empresa em times. Se a empresa possui 10 colaboradores, o ideal é ter apenas um time, o que facilita o trabalho conjunto. No entanto, em empresas maiores, é possível analisar melhor os resultados e promover reconhecimento e desconforto ao dividir em times, como dividir as unidades de uma rede varejista, onde cada líder de unidade atua como treinador do time. Também é viável dividir os departamentos da empresa, como o Administrativo, Marketing e Vendas, conforme a estrutura existente. Essa separação é importante para garantir um senso de justiça na avaliação dos resultados e para ter clareza sobre os gargalos que a empresa precisa enfrentar.
Princípio 3 – Definição de quem vai entrar em campo (jogadores):
A gamificação pode ser aplicada a todos, mas é mais eficaz quando são estabelecidas prioridades. O ideal é começar pelos maiores gargalos identificados na empresa e, aos poucos, expandir essa estrutura de meritocracia por toda a empresa. Por exemplo, a Nicola Farmácias, uma rede com 10 lojas, iniciou um jogo apenas com os líderes de loja e, com o amadurecimento deles, expandiu para todos os colaboradores. Na HCC Energia Solar, a empresa optou por não gamificar as vendas, pois já possuíam um programa interno de remuneração variável, mas implementaram a gamificação apenas para o time de projetistas, que não tinha nenhum sistema de premiação. Na Podal Distribuidora, que tem foco total em vendas, 80 vendedores foram divididos em quatro times, mostrando diversas maneiras de aplicar a gamificação.
Princípio 4 – Definição de regras:
A palavra justiça é considerada utópica e subjetiva, pois o que é justo para um indivíduo pode não ser para outro. Definir as regras de maneira mais imparcial possível é um desafio para o gestor, visando conquistar o maior número de pessoas na estratégia de engajamento e gamificação. É crucial que essas regras sejam bem definidas, pois a subjetividade dificulta a medição de desempenho e a comunicação eficaz. Por exemplo, a empresa LokarSeg centralizou todas as regras do jogo em um e-book acessível a todos os colaboradores. Esse material incluía informações sobre o Desafio dos Campeões (o jogo), objetivos, funcionamento, calendário de implementação, critérios de avaliação e premiações.
Princípio 5 – Transparência:
O comprometimento das pessoas está diretamente ligado à compreensão e confiança nas regras e nos resultados. Portanto, a transparência na gestão e comunicação dos resultados é fundamental para aumentar o engajamento e a confiança. Na Geração f5, utiliza-se tecnologia para proporcionar transparência e facilitar a comunicação dos resultados dos vencedores por meio da plataforma de gamificação.
Na plataforma, é configurado o campeonato, que é o período principal de jogo, com duração de seis ou doze meses, onde as premiações são maiores, representando a temporada dentro da empresa. O turno refere-se aos meses que compõem o campeonato, com premiações menores, e os times podem ser unidades ou departamentos da empresa. Neste contexto, podem ser definidos indicadores de acordo com a necessidade da empresa, como por exemplo Faturamento, Ticket Médio e Promoção. No indicador de Faturamento, por exemplo, são listados os nomes dos jogadores, suas metas mensais e o desempenho alcançado, junto com a cor do cartão correspondente à porcentagem de atingimento da meta e a colocação no ranking da equipe.
Princípio 6 – Definição clara do tempo de duração:
É comum observar que algumas empresas que desenvolvem a gamificação deixam em aberto o período de execução do jogo. No entanto, é fundamental que o jogo tenha um início, meio e fim, ou seja, seja dividido em ciclos. Apesar da gamificação ser uma estratégia que pode ser mantida no negócio de forma permanente, é necessário estabelecer períodos para definir as premiações. Sugere-se ciclos mais longos, de seis ou doze meses, com premiações maiores, e ciclos mais curtos, de um ou dois meses, com premiações menores. É crucial que o gestor cumpra sua parte, garantindo que tudo o que foi combinado seja executado dentro dos prazos estabelecidos.
Princípio 7 – Defina as premiações:
O campeonato deve iniciar com as premiações previamente definidas e muito bem comunicadas. As premiações devem considerar quem participa, o período de avaliação, as regras e critérios utilizados, bem como o prêmio em si.
Princípio 8 – Indicadores devem possuir pesos e metas:
No game, os indicadores recebem pesos diferentes conforme sua importância para o negócio e têm metas específicas para cada jogador. É fundamental que as metas sejam diferenciadas para cada jogador, mesmo que ocupem a mesma função. Isso é relevante, pois caso um colaborador apresente desempenho abaixo do esperado em um indicador específico, é possível aumentar o peso desse indicador para que a pessoa atribua maior importância a ele.
Princípio 9 – Ausência de penalidades:
Nunca se deve criar um projeto de gamificação na empresa com o intuito de aplicar penalidades e punições. O objetivo é celebrar, não punir, gerando desconforto e reconhecimento de forma natural.
A gamificação é uma poderosa ferramenta para engajar colaboradores e superar desafios empresariais. Ao implementar os princípios da gamificação, as empresas podem criar um ambiente mais motivador, orientado a resultados e com uma cultura de reconhecimento e meritocracia. É importante ressaltar que a gamificação não é uma solução única, mas sim uma abordagem complementar que, quando aplicada de forma estratégica, pode trazer benefícios significativos para as empresas e seus colaboradores.
Caso tenha interesse em conhecer mais sobre nossa metodologia de gamificação, entre em contato conosco.