Lala Deheinzelin: O início de seus estudos ligados ao futuro se deu em 1995, quando passou a fazer parte da WFS e, desde então, trabalhou em projetos como assessora de instituições governamentais, não governamentais, empresas e até da Organização das Nações Unidas (ONU), com foco em questões ligadas à sustentabilidade e projeções de futuro. Em 2014, criou e coordenou, a convite da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), o curso de pós-graduação em Economia Criativa e Colaborativa. Lala organizou e sistematizou sua técnica de futurismo no método Fluxonomia 4D, combinando Estudos de Futuro e 4 Novas Economias (Criativa, Compartilhada, Colaborativa e Multimoedas).

Lala Deheinzelin desenhou um framework que nos auxilia a pensar na economia não mais de maneira escassa e linear, e sim de modo abundante e exponencial. Olhando a economia pela lente criativa somos capazes de trabalhar com recursos abundantes por si só, que não se consomem, mas se multiplicam com o uso, como cultura, conhecimento, criatividade e comunidade.

O termo “4D” vem dos quatro eixos que representam cultura e social (intangíveis) e ambiental e financeiro (tangíveis). Cultura seria a semente, é o que está dentro do indivíduo; a dimensão ambiental (terreno) é a dimensão do suporte, da infraestrutura, enquanto a social é a dimensão de tudo que se faz junto, no sentido de sociedade, coletivo. A economia abrange todos estes aspectos.

A partir do compartilhamento de espaços, equipamentos, materiais, trabalhamos de maneira mais racional os recursos, permitindo que a economia do compartilhar impulsione a energia criativa. Da mesma forma podemos também encontrar formas de colaboração, entre pessoas e empresas que podem trabalhar com mais eficiência ao compartilhar recursos, sejam eles tangíveis ou intangíveis. Ao tangibilizar os aspectos invisíveis da economia, retirando a lente da escassez, conseguimos vislumbrar uma economia mais viva e pujante, que respeita o ritmo da natureza gerando felicidade e bem estar e não posse e frustração.